segunda-feira, 20 de julho de 2009

20 de julho de 2009

Dois dias antes de eu completar 21 anos, um mês depois da morte da Kitty, dia do amigo.
Não é o melhor dia e o meu vizinho e sua furadeira incansável coseguem deixá-lo ainda pior, a parte boa é que o alarme que ficou 1h disparado, parou. Barulho, barulho e barulho, a evolução e sua sinalização sonora: o telefone toca, o alarme dispara, a TV fala sozinha, ah, e tem os caras que colocam um sistema de som enorme nos seus carros, para fazer uma competição de quem toca a música ruim mais alto na madruga, é o pagodão, o funk (um tal de relaxa senão não encaixa) e tem tb a música eletrônica que não tem letra, o ritmo é desengonçado, nenhum som claro de nenhum instrumento, só barulho. Mas ainda assim é melhor que ser surda. Isso é papo de gente racalcada poque não tem mais animal de estimação. Mas a Kitty definitivamente não era um animal de estimação, era minha maninha e minha amiga fiel. Foram 12 anos, poderia ter sido 9, mas ela era guerreira, não me deixaria sozinha numa época daquelas, faz falta, falta demais.
Amizade...
Uma companhia silenciosa, temos amigos que às vezes estão ao nosso lado e nós nem notamos e também tem outros que não conseguem não se fazer notados. O certo é que em quase todos os momentos da vida um deles está por perto ajudando, compartilhando, curtindo, atrapalhando, seja para o que for, eles estão ali. Não é todos os dias que nós paramos para refletir e valorizar aquelas pessoas que estão ao nosso lado, isso quase sempre acontece nas horas ruins. Não tem nada de errado nisso, eles estão sempre ali, é com eles que fazemos as melhores festas, que compartilhamos os melhores dias de nossa vida. Mas somente quando a coisa aperta, quando sentimos a necessidade de ter um ombro para escorar a cabeça, de alguém que nos diga que tudo vai ficar bem ou que não diga nada, só esteja ali, somente nessas horas é que entendemos o quanto precisamos de amigos, que mesmo já estando convencidos da nossa auto-suficiência, ninguém é uma ilha repleto em si mesmo. Há alguns bons amigos que conseguem perceber que não estamos bem antes mesmo que a gente perceba e quando nos damos conta, eles já estão nos carregando no colo. Mas somos humanos, às vezes erramos feio, magoamos os outros, discutimos por besteira, nos afastamos e muitas vezes somos ingratos sem perceber. Mas quando a amizade é verdadeira, com o passar do tempo a mágoa perde a força, o perdão é automático, na verdade ele se encontra na sua forma mais genuína: a compreensão. E nada é mais raro do que alguém que nos compreenda. A amizade verdadeira se constrói com o tempo e dura por si só.
De qualquer forma eu sei que ela vai estar sempre comigo, nas minhas lembranças ou na minha motivação pra seguir em frente. Ela se foi, e deixou mais do que saudade, deixou a alegria de saber que por muito tempo nós estivemos com ela.

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