sábado, 25 de julho de 2009

Sobre pessoas e decepção

A vida te dá muitos choques. A gente acha que depois de tantos vai acabar se acostumando, mas não acontece. A vedade é que depois de um tempo nós apenas não nos surpreendemos mais, mas não importa qual seja a intensidade sempre, sempre vai doer. O fato é que as aparências enganam, e se a gente consegue passar a vida inteira sem conseguir conhecer a si próprio completamente, o que dirá os outros. Então é inevitável que as pessoas nos decepcionem, e já que nós nunca vamos conseguir nos acostumar com isso o que nos resta é não criar expectativas em cima dos outros e nem colocá-los sobre um altar. Alguém que eu não sei exatamente quem é uma vez disse: "Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas ... O tempo passa ... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais" e quem disse isso, quando disse, devia sentir exatamente como eu sinto agora.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O dia seguinte

Respira fundo, conta ... 1, 2, 3, tá pode soltar agora, o pior já passou. Sobrevivi, aguentei firme, tantos anos de mentira, agora acabou. Não preciso mais me justificar, não preciso mais inventar razões nem aprimorar detalhes, era óbvio, estava ali... o pior já passou. Guardar segredos é como arrastar correntes pelo caminho, não se sabe o quanto pesa até que se solte elas. Isso não muda nada, não muda o que aconteceu, mas é o mais perto de um ponto final que deu pra chegar. Mas tudo bem, eu estou bem, nada mais me enforca. Durante muitos anos meus três desejo foram: morrer, matar ou ir embora; agora eu só quero ir embora. A carroceria de lixo que estava acoplada nas minhas costas virou, tudo na vida acontece por algum motivo, e se o lixo não for espalhado uma hora, vai ser pra sempre muito julgamento e pouca compreensão. Não quero que mais ninguém se sinta mal, só quero me sentir mais leve.
Segredo, mentira, silêncio, isso tudo tira o ar, e todo mundo merece respirar. Não é tão simples assim, mas nada é tão incompreensível ou inimaginável, "nada que é humano me é estranho". São só vidas, pessoas, personalidades, tudo tem um motivo. Todo mundo tem um poço dentro de si, e ninguém nunca vai conseguir enxergar o fim dele, mas não quer dizer que a gente tenha que se afogar no próprio poço. Segredos existem pelo simples motivo de que as chances de eles serem compreendidos são quase nulas, mas ainda assim, às vezes, é válido tentar. E também, nada muda o fato de que no final é cada um por si, cada um sabe de si, cada um com seus traumas e problemas, cada indivíduo com sua vida individual. Eu não tenho a pretensão de que alguém se importe tanto quanto eu, é só que eu sou um ser humano, que às vezes precisa de ombro pra escorar a cabeça, não precisa se importar, não precisa ajudar, só dar o ombro e me deixar chorar um pouquinho.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Aniversário

Aniversário, péssimo. detesto. Nesse dia todo mundo acha que a solidão não é uma opção. Mas porque será que ela me agrada tanto? Não é sempe que eu gosto de ser o centro das atenções, mas é quase sempre que eu prefiro ficar sozinha. Mas que diabos tem de errado na solidão? Aposto que ela é grande responsável por deixar as pessoas mais inteligentes, mais independentes, mais auto-suficientes. Tá, ela não é a melhor coisa do mundo, e pode arruinar a vida de qualquer um. Mas eu tenho a impressão de que mesmo com um monte de gente na volta nós somos, desde a concepção até o óbito, sempre muito sozinhos. No início das primeiras civilizações, com uma ciência escassa e um monte de dúvidas, foi criado o conceito de Deus. Milhares de anos depois, ciência avançada, tecnologia, medicina, excelentes explicações físicas, e a maior parte da população mundial ainda acredita nesse conceito. Já sabe-se que o nosso planeta é só mais um entre tantos de um universo infinito, todo mundo já ouviu falar de big bang, Darwin nos deu uma explicação ótima sobre a evolução das espécies, e então, por que Deus? A explicação é relativamente simples. No fundo todo mundo, mesmo com grandes famílias e montões de amigos, sabe que é sozinho. À noite, quando a luz apaga, sobra apenas pessoas, indivíduos, e suas angústias e problemas. Também é de conhecimento popular que os piores problemas nós é que temos que resolver, e sozinhos; e que o pior dos nossos problemas é que ninguém tem nada a ver com isso. E aí, vem Deus. No escuro quando ninguém te ouve, quando ninguém te vê chorando, quando ninguém se importa, você reza. Não sabe ao certo pra quem, não sabe o que de fato é Deus, só sabe o que os grandes profetas pregaram. Mas se agarra a essa crença milenar, por um único motivo: não se sentir sozinho. Rezar, falar com Deus significaria que alguém está te ouvindo, te vendo, se importando, e que esse alguém, mesmo que subjetivamente, pode te ajudar em alguma coisa. Às vezes ajuda, pois você começa a agir como se devesse alguma coisa a alguém que acredita mesmo em você, e aí dá o seu melhor. Então às pessoas têm religiões, vão à igrejas, templos, cultos, elas rezam e acreditam. Logo, eu não tenho nada contra Deus, nem contra o Papai Noel, nem contra o coelhinho da páscoa, eles alimentam os nossos sonhos. Só que a vida foi tão dura comigo, se Deus existisse eu seria sua filha bastarda, então eu cheguei a um nível de compreensão tão grande que eu não preciso mais ficar inventando desculpas pra minha solidão. Eu sou amiga dela, e pronto. Eu estive sozinha esse tempo todo, e mesmo assim consegui dar o melhor de mim. Ok, algumas pessoas ajudaram, me seguraram, me levaram no colo, sou grata à elas, se saíram melhor que "Deus". Mas hoje, depois de tudo eu acho que tenho o direito de escolher com quem quero estar, escolher a quem vou se grata, escolher as pessoas que quero que estejam pra sempre comigo. Não existe paraíso ou inferno, só o que existe é um período relativamente curto de tempo ao qual chamamos vida. E é ela que tem que valer a pena, as coisas não dão certo só no final, no final a gente acaba, o final é a morte. Então aprecie quem está com você hoje, a vida que se tem hoje, um dia os amigos migram, os pais adoecem, os irmãos se casam e tudo o que resta é a mesma solidão de sempre. Então Não espere pelo nirvana, não espere encontrar todo mundo em uma "melhor", as pessoas partem, pra sempre, então aproveite elas; a vida um dia acaba, definitivamente, então viva.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ponto de partida

Quando é a hora de recomeçar? Ano-novo, aniversário, segunda-feira, o dia seguinte de um evento trágico? Na verdade eu acho que recomeçar nem é possível, a vida é uma coisa contínua, os dias seguem, as manhãs e as noites são pontuais, o mundo não pára para que a gente sofra ou reavalie a nossa vida e "recomece". Mas não seria ótimo se o tempo parasse, sei lá, 20 minutos, só pra que a gente pudesse respirar? Respirar fundo sem a impressão de que o tempo está nos engolindo. 20 minutos de silêncio absoluto, sem ser vista, sem compromissos, sem pressa... Seria ótimo, mas não acontece, então temos que recomeçar de um ponto qualquer, de um minuto qualquer em que milhares de outras coisas ainda estão acontecendo. Recomeçar significa tomar grandes decisões, logo, a vida muda mas a responsabilidade continua. Mas é sempre mais confortável pensar que "daqui pra fente tudo vai ser diferente", é só uma questão de acreditar.
É tudo uma questão de adaptação...
Todos nós quando chegamos ao mundo, chegamos com uma missão: se adaptar. Então ao longo da nossa vida procuramos alguém em quem nos espelhar, nossos pais, professores, amigos... Vivemos tentando "entrar na onda" com medo de ficar pra tás. O grande problemas de ser a cópia dos outros é que não conseguimos nos destacar, daí o tempo passa e nos tornamos mais críticos. Analisamos melhor todas as pessoas em quem nos espelhamos e cabamos descobrindo que são só pessoas, que também têm defeitos, ninguém é perfeito, e que bom que não é. Então nossa missão muda. A missão agora é descobrir quem na realidade nós somos, e definir a nossa própria identidade. Isso nem sempre é bem aceito pelos outros, parece que todo mundo prefere que a gente passe a vida inteira sendo uma pessoa moldada, e aí aparece um monte de gente pra te criticar. A parte boa é que assim como há pessoas que não vão gostar de quem você se transformou, há também outras que vão admirar, muito, por saber que não há no mundo alguém como você. Por maiores que sejam os nossos defeitos, eles, somados as nossas qualidades, são quem define quem somos. É o que garante a nossa individualidade. O importante é não magoar quem nos cerca e aprender a conviver consigo mesmo. Com o tempo a gente descobre que mudar para agradar os outros é um gande erro, porque se você não consegui ser a mesma pessoa o dia inteiro, no final do dia você não será ninguém. Então eu vou recomeçar, de algum ponto, em algum momento, mas pra isso é necessário preservar algumas constantes, pra manter o equilíbrio sabe. Porque existem algumas paixões que não somem só com força de vontade, paixões que já fazem parte de nós, como órgãos ou membros. Então, eu vou recomeçar, mas mudar, não, isso nunca.

Véspera de aniversário, segundo dia de dieta... crise existencial. Amanhão o mundo vai estar posicionado em relação ao sol exatamente como estava no dia em que nasci, pela 21° vez. E isso deveria se importante, mas pra mim não é.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A música do dia são algumas estrofes de várias

Remembe me this way
(Jordan Hill)
Every now and then we find a special friend
Who never lets us down
Who understands it all
Reaches out each time you fall
You're the best friend that I've found
I know you can't stay
But part of you will never ever go away
Your heart will stay
I'll make a wish for you
And hope it will come true
That life will just be kind
To such a gentle mind
If you're losing your way
Think back on yesterday
Remember me this way

Heaven was needing a hero
(Jo Dee Messina)
I came by today to see you
I had to let you know
If I knew the last time that
I held you was the last time
I'd have held you and never let go
I guess heaven was needing a hero
Somebody just like you
Brave enough to stand up
For what you believe
And follow it through
When I try to make it make sense in my mind
The only conclusion I come to
Is heaven was needing a hero
Like you

Tragedy
(Brandi Carlile)
When you need a friend
You could count on anyone
But you know I'll defend
The tragedy that we knew as
The end

Run
(Snow Patrol)
I'll sing it one last time for you
Then we really have to go
You've been the only thing that's right
In all I've done
And I can barely look at you
But every single time I do
I know we'll make it anywhere
Away from here
Light up, light up
As if you have a choice
Even if you cannot hear my voice
I'll be right beside you dear
Louder louder
And we'll run for our lives
I can hardly speak I understand
Why you can't raise your voice to say
To think I might not see those eyes
Makes it so hard not to cry
And as we say our long goodbye
I nearly do

20 de julho de 2009

Dois dias antes de eu completar 21 anos, um mês depois da morte da Kitty, dia do amigo.
Não é o melhor dia e o meu vizinho e sua furadeira incansável coseguem deixá-lo ainda pior, a parte boa é que o alarme que ficou 1h disparado, parou. Barulho, barulho e barulho, a evolução e sua sinalização sonora: o telefone toca, o alarme dispara, a TV fala sozinha, ah, e tem os caras que colocam um sistema de som enorme nos seus carros, para fazer uma competição de quem toca a música ruim mais alto na madruga, é o pagodão, o funk (um tal de relaxa senão não encaixa) e tem tb a música eletrônica que não tem letra, o ritmo é desengonçado, nenhum som claro de nenhum instrumento, só barulho. Mas ainda assim é melhor que ser surda. Isso é papo de gente racalcada poque não tem mais animal de estimação. Mas a Kitty definitivamente não era um animal de estimação, era minha maninha e minha amiga fiel. Foram 12 anos, poderia ter sido 9, mas ela era guerreira, não me deixaria sozinha numa época daquelas, faz falta, falta demais.
Amizade...
Uma companhia silenciosa, temos amigos que às vezes estão ao nosso lado e nós nem notamos e também tem outros que não conseguem não se fazer notados. O certo é que em quase todos os momentos da vida um deles está por perto ajudando, compartilhando, curtindo, atrapalhando, seja para o que for, eles estão ali. Não é todos os dias que nós paramos para refletir e valorizar aquelas pessoas que estão ao nosso lado, isso quase sempre acontece nas horas ruins. Não tem nada de errado nisso, eles estão sempre ali, é com eles que fazemos as melhores festas, que compartilhamos os melhores dias de nossa vida. Mas somente quando a coisa aperta, quando sentimos a necessidade de ter um ombro para escorar a cabeça, de alguém que nos diga que tudo vai ficar bem ou que não diga nada, só esteja ali, somente nessas horas é que entendemos o quanto precisamos de amigos, que mesmo já estando convencidos da nossa auto-suficiência, ninguém é uma ilha repleto em si mesmo. Há alguns bons amigos que conseguem perceber que não estamos bem antes mesmo que a gente perceba e quando nos damos conta, eles já estão nos carregando no colo. Mas somos humanos, às vezes erramos feio, magoamos os outros, discutimos por besteira, nos afastamos e muitas vezes somos ingratos sem perceber. Mas quando a amizade é verdadeira, com o passar do tempo a mágoa perde a força, o perdão é automático, na verdade ele se encontra na sua forma mais genuína: a compreensão. E nada é mais raro do que alguém que nos compreenda. A amizade verdadeira se constrói com o tempo e dura por si só.
De qualquer forma eu sei que ela vai estar sempre comigo, nas minhas lembranças ou na minha motivação pra seguir em frente. Ela se foi, e deixou mais do que saudade, deixou a alegria de saber que por muito tempo nós estivemos com ela.

domingo, 19 de julho de 2009

Ok, vamos lá, então, fiz um blog. A função deste é deixar alguns registro por escrito, já que na minha gaveta não cabe mais nada. Eu não pretendo divulgar ele, não agora, por enquanto ele vai ter meio que a função de um diário. Vai servir pra compartlhar coisas que ficam guardadas, compartilhar com ninguém, mas pelo menos não fica só dentro de mim. A necessidade de ter um blog pra isso se dá pelo fato de que a minha gatinha que era quem ouvia TUDINHO que eu tava afim de falar, não está mais comigo, e tá começando a ficar pesado...
Engraçado, achei que eu tivesse mais coisas pra falar assim de cara, mas não tenho, mas então tá pq tipo é o primeiro post então, tá tudo bem.
Hoje é domingo, eu ainda estou de pijama e pantufa, pesando 675Kg e com vontade de comer negrinho ou qualquer coisa que tenha muitas calorias, uma porcaria de domingo sem fórmula 1, sem inspiração, sem perspectiva, mas tudo bem, eu sobevivo a ele, já sobrevivi a vários assim, pelo menos eu estou sozinha, não tem um monte de gente como sempre fazendo peguntas que eu não quero responder ou perguntando "O que é que tu tem?" ou 'Vamos fazer tal coisa?", "Tá de mal-humor?", quer saber a resposta pra tudo isso é: "Eu não tenho nada, não quero fazer nada, sou apática mesmo, sempre fui e tu já deveria te se acostumado com isso! Eu só quero fica quieta no meu canto, esperando a vontade de chutar o balde passar!". Mas eu nunca respondo isso, porque isso geraria mais perguntas, e eu ia ficar mais irritada, e eu não gosto de me irritar, então até que eu faça uma terapia de contole emocional eu só sorrio e dignifico cada pergunta idiota com uma compreensiva resposta monossilábica.
Pronto, agora já me sinto melhor.