segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Antes que se possa perceber

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É como a brisa que te toca com seus ventos dançando em curvas, um suspiro mais leve que carrega as folhas, que seca as lágrimas, que vai embora. É como a chuva que cai enquanto dormimos, que lava a cidade e rega as flores distraídas, que é refresco em dias quentes de verão. Como a música que te surpreende no rádio, que te remete  a qualquer tempo, a qualquer lembrança, a música que te faz chorar, a música que te faz dançar, a que te faz sonhar. É a primeira luz do dia, é a primeira vez que se vê o mar, o primeiro "eu te amo", o primeiro sorriso do teu filho, os olhos orgulhosos dos teus pais a te mirar. São as pessoas que sorriram contigo, as que apararam tua queda, as que afagaram teus cabelos quando já tinhas ido ao chão. Aquilo que se teve, que foi único, que se quer de volta, que ainda está lá, carregas aquilo contigo. Ainda que muito se espere ou que nem acredite mais, ela é como uma onda, não consegue ficar por muito tempo, mas não demora a voltar. É como todas as direções do vento que idependente do tempo só seguem pra frente, ele nunca volta devolvendo o que levou, mas sempre carrega em si coisas novas. É assim a tal felicidade, um sopro.