sábado, 15 de maio de 2010

There’s nothing left to say…

Em alguns de nossos dias talvez lembraremos todos os momentos que nos trouxeram até aqui.
    Sentirei saudade de quando usava meu sorriso mais convicente e enrolava seus cabelos enquanto fingia não estar triste.
    Brincávamos como crianças nos divertindo por achar que não havia naquele instante pessoa nenhuma que estivesse tão feliz como nós e porque sabíamos que aquelas besteiras sem sentido pertenciam a um mundo que era só nosso.
    Conhecia todas suas inseguranças todas as dúvidas e medos que sentia porque quando acordava eu já não estava mais lá, e confesso, por vezes até achei graça.
    Por tantas vezes os passos foram errados, mas se nós pudéssemos escolher então o que seria?
    Com o tempo algumas emoções foram se desencontrando e mesmo quando eu já não podia falar sei que de certa forma você ainda entendia, não soube explicar quais eram os motivos, eu estava quase indo embora.
    Um dia comecei a notar que mesmo quando se ama muito, muito pode não ser suficiente e também pode ferir alguém então deve ser melhor se afastar, e talvez de tudo que fiz essa tenha sido a única coisa certa.
    Sentei no chão do quarto vazio uma última vez e minha cabeça foi longe imaginando como seria se ao menos tivéssemos tentado o caminho mais fácil.
    Ainda que possa contar quanto tempo perdemos não teria a crueldade de dizer que lamento, também porque não ouso fazê-lo.
    Seguir em frente parece tão desafiador como a primeira vez que tive que caminhar sozinha, e de pensar em tudo que terminou se transformando em apenas lembranças a serem guardadas ficou muito difícil não chorar.
    Vacilar se tornou uma tentação quase irresistível, minto para mim mesma dizendo que voltar atrás pode ser apenas contornar os velhos planos, mas é tarde demais para isto, já foi trabalhoso tomar todas esses decisões, e ainda vai ser complicado por mais alguns dias.
    De qualquer jeito vou continuar tentando talvez eu tenha alguma mentira nova para contar, lembrarei de ti nas noites frias de agosto que virão, talvez não em todas, e talvez não com tanta nostalgia quanto a história merece, mas sei que vou lembrar.
     Continuo caminhando como sempre o fiz mesmo quando sequer sabia por onde andava ou quando escolhia caminhos sem sequer saber se queria chegar.